INSPIRAÇÃO INDIANA – ARQUITETURA E DECORAÇÃO
ANA PAULA FIGUEIREDO
Um velho provérbio Indiano diz: “Guarde alguma coisa para os dias de chuva”.
Fomos em busca das belezas e diversidades da Índia, pra que nos dias de chuva, você possa desfrutar do que existe de mais bonitos e exótico, dentro da sua casa.
A Índia possui um conjunto de obras artísticas e arquitetônicas que vão desde o IIIº Milênio a.C até os dias atuais. Para quem gosta da tradição ocidental pode ver claramente que apesar de parecerem exagerados e sensuais – à primeira vista – a cultura indiana em sua totalidade é bastante refinada e acaba agradando qualquer pessoa.
Esses objetos, decorações, arquiteturas caracterizam-se por seus desenhos, e se manifestam com uma liberdade de expressão não habitual.
A arte da Índia, pode ser conceituada através das pretensões e necessidades ideológicas, estéticas e pelos rituais da civilização hindu. A visão hindu-budista tem como centro a resolução de toda a existência – onde, a mudança e a perfeição, o tempo e a eternidade, a imanência e a transcendência, funcionam como partes de um só processo.
Não pode-se então separar a criação do criador. Este conceito é aplicado à arte, e divide o universo da experiência estética em 3 elementos distintos, apesar de estarem entrelaçados: os sentidos, as emoções e o espírito. Estes 3 elementos ditam as normas para a arquitetura, como instrumento para fechar e transformar os espaços, e para a escultura, em termos de volume, modelagem, composição e valores estéticos. No lugar de representar a dicotomia entre a carne e o espírito, a arte hindu, por meio da sensualidade e da voluptuosidade deliberadas, as funde, através de um simbolismo que por exemplo, transforma a carnalidade de um corpo feminino num mistério perene de sexo e criatividade, no qual a momentânea esposa se revela como mãe eterna.
A arte indiana manifestada na arquitetura, escultura, pintura, jóias, cerâmica, nos metais e tecidos, estendeu-se por todo o Oriente com a difusão do budismo e hinduísmo, e exerceu uma grande influência sobre as artes da China, Japão, Birmânia, Tailândia (que em breve falaremos dessa cultura e arte magnífica), Camboja e Java. As duas religiões, com suas ramificações, predominaram na Índia até que o islamismo tomasse força entre os séculos XIII e XVII. A religião muçulmana proíbe a representação da figura humana nos contextos religiosos, motivo pelo qual a decoração passou a representar motivos geométricos.
Arquitetura
A arquitetura islâmica da Índia vem desde o século XIII até os nossos dias. A ela pertencem o famoso mausoléu de Gol Gundadh (1660), em Bijapur, estado de Mysore; a torre Qutb Minar (século XII), com cinco andares de pedra e mármore, em Delhi, capital; e a mesquita de Jami Masjid (1423), em Ahmadabad.
A fase mongol do estilo indo-islâmico, entre os séculos XVI e XVIII, fomentou o uso de materiais luxuosos, como o mármore. O exemplo culminante desse estilo é o mausoléu do Taj Mahal, em Agra.
Desde o século XVIII, a construção de grandes edifícios na Índia tem mantido as formas históricas próprias ou se submetido aos modelos europeus introduzidos pelos britânicos.
Escultura
Desde o século IX até a consolidação de poder muçulmano, no princípio do século XIII, a escultura indiana foi, pouco a pouco, voltando-se para as formas lineares, para o contorno pronunciado em vez do volume. Cada vez era mais utilizada como decoração, subordinada ao estilo arquitetônico. Era rica em intrincados detalhes e se caracterizava por figuras de múltiplos braços, tiradas do panteão dos deuses hindus e jain, que vieram substituir as sensíveis figuras dos deuses budistas, com a multiplicidade de formas acentuando a importância do domínio técnico.
Quando os muçulmanos subiram ao poder, no século XIII, adotaram muitos dos motivos nativos para suas ornamentações. As tradições se mantiveram até a época atual, sobretudo no sul, onde a arte ainda mantém a pureza hindu.
Pintura
Em duas localidades se conservam restos de pinturas indianas anteriores ao ano 100 de nossa era. Os fantásticos murais das cavernas de Ajanta cobrem o período conpreendido entre os anos 50 e 642. Destacam-se também as pinturas da cova de Jogimara, em Orissa, que pertencem a dois períodos: ao século I a.C. e à época medieval, as primeiras de desenho mais vigoroso e de melhor qualidade do que as segundas.
No período gupta, alcançou-se a fase clássica da arte indiana, às vezes serena e espiritual, outras vezes enérgica e voluptuosa. Em Patan, Gujarat, conserva-se um Kalpa Sutra (manual de liturgia religiosa) do ano 1237, ilustrado em folha de palma.
A pintura de Rajput floresceu em Rajputana, Bundelkhand (atualmente parte de Madhya Pradesh), e no Punjab Himalaya, entre os séculos XVI e XIX. Baseava-se na iluminura de manuscritos com motivos decorativos planos e é uma pintura popular refinada e lírica, que ilustra as epopéias hindus tradicionais, sobretudo a vida do deus Krishna. A pintura mongol, derivada da sofisticada tradição persa, era uma arte cortesã patrocinada pelos imperadores.
Joalheria, cerâmica e têxteis
Entre as artes decorativas indianas, a joalheria é a mais bela e a que mais interesse desperta universalmente. Seus artífices dominavam as técnicas da filigrana e do granulado.
As características especiais que distinguem a melhor cerâmica indiana são a estrita subordinação da cor e da ornamentação à forma — e a repetição de motivos naturais na decoração. No ramo do artesanato em metal, destacam-se os apetrechos e as armas dos militares de alta patente.
Caxemira é notável por seus chales de lã de rico colorido; Surat, em Gujarat, é famosa por suas sedas estampadas; e Ahamadabad e Varanasi, junto com Murshidabad, em Bengala ocidental, produzem suntuosos brocados.
A cultura indiana permite que possamos trabalhar com diversos itens decorativos, e até mesmo arquitetônicos. Selecionamos pra vocês alguns itens e ambientes pra aflorar suas idéias e fazer um cantinho estilo indiano, pra relaxar e aproveitar com a família e amigos.
Fonte: História do Mundo.
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