QUESTÃO DE SEGURANÇA
Instalações elétricas bem mantidas são uma garantia de segurança para o condomínio. Ainda hoje é alarmante a falta de segurança nas instalações elétricas residenciais em São Paulo. Por falta de conhecimento da população e pela ausência de fiscalização, são utilizados produtos de baixa qualidade, que não seguem as normas de segurança.
A falta de manutenção, nas instalações mais antigas, ocasiona sobrecargas, curtos-circuitos, choques e até perda do patrimônio: segundo estatísticas do Corpo de Bombeiros, as instalações elétricas inadequadas são a segunda causa de incêndios no Estado de São Paulo.
Um sistema bem feito dura em média 20 anos, mas 10 anos já é um bom período para se fazer uma revisão: verificar a fiação, os soquetes, os interruptores... Um soquete com problemas rouba energia da lâmpada e um interruptor com algum fio solto ou com mal contato pode causar um curto circuito.
O Procobre elaborou um guia da Norma Brasileira de Instalações Elétricas, a NBR-5410, norma técnica existente há 60 anos, mas ainda desconhecida por muitos profissionais eletricistas.
O guia da norma é ilustrado, com uma linguagem fácil de ser compreendida, e está disponível para download, no site www.procobrebrasil.org. Também no site do Procobre, você pode avaliar o grau de qualidade e segurança de sua instalação elétrica, respondendo a perguntas sobre ocorrências na parte elétrica de sua casa. De acordo com suas respostas, você saberá se precisa chamar um eletricista.
Mas, em se tratando de condomínios, de nada adianta cada apartamento verificar o seu quadro de luz, fiação e equipamentos, se as instalações do prédio não estão em ordem. Fazer uma manutenção preventiva, uma vez por ano, é questão de segurança e não apenas de economia. Faça primeiro um histórico das contas de energia do condomínio, para verificar se o consumo vem aumentando (o que pode ser indício de problemas). Num circuito antigo sobrecarregado, por exemplo, o revestimento dos fios fica ressecado, podendo causar fuga de corrente ou até um curto-circuito. Confie a revisão das instalações sempre a um eletricista habilitado, o qual não deve esquecer de verificar se as emendas de fios, em pontos de luz nos jardins e escadas, estão bem isoladas. “Ele deve fazer uma contagem de carga e verificar se a fiação está adequada a essa carga”, explica Leme. Fiação inadequada provoca flutuação de tensão e queima prematura de lâmpadas. Em caso de problemas na entrada do prédio, pode ser necessária a presença de técnicos da Eletropaulo: nesse caso, oriente os funcionários do condomínio a facilitar a entrada dos eletricistas e de suas viaturas, desde que identificados.
VERIFICAÇÕES DE ROTINA
Independente de uma manutenção periódica, realizada por um eletricista profissional, o zelador do condomínio deve estar preparado para realizar uma vistoria no prédio, diariamente, verificando todos os componentes do sistema elétrico (chaves, disjuntores, caixas). O zelador precisa conhecer a distribuição do sistema elétrico no condomínio. Por exemplo, onde está a cabine primária que recebe a energia da rua e as caixas de distribuição, que levam a energia para as áreas comuns e aos apartamentos. Um zelador bem treinado certamente terá mais segurança. Ressaltando que, se ele mexer em algum componente sem conhecer, pode sofrer acidentes graves e até fatais. Ou ainda causar um incêndio.
Existe o fator economia que precisa ser verificado também além da segurança, vazamentos de água, por exemplo, causam maior gasto de energia elétrica, já que a bomba de recalque trabalhará mais do que o necessário, um profissional da área poderá avaliar se a bomba é adequada para o volume de água com o qual trabalha. Vazamentos de água nos apartamentos também acarretam mais trabalho para a bomba, consumindo mais energia. Elevadores e sistemas de ar condicionado (especialmente em condomínios comerciais) são os itens que mais consomem energia. Em relação aos elevadores, o uso racional ajuda na economia. Por exemplo: não forçar o fechamento das portas e apertar a botoeira apenas para subir ou descer. Campanhas educativas entre os moradores - principalmente adolescentes e crianças - costumam ajudar na conscientização. Prédios que contam com sistemas de ar condicionado central devem orientar os condôminos a usar bem o ar frio que está sendo gerado, mantendo as janelas do ambiente bem fechadas. A limpeza dos dutos do sistema também auxilia na economia de energia, além de garantir a qualidade do ar.
RESPONSABILIDADE
Prédios construídos há mais de 20 anos estão com as instalações elétricas já comprometidas, visto que sua vida útil esta no fim. As cargas aumentaram, já que hoje existem muito mais aparelhos elétricos. O resultado é o aquecimento dos condutores e a deterioração da isolação. Se um acidente for causado por falha na instalação elétrica, o engenheiro que fez o projeto e assinou a Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) será responsabilizado civil e criminalmente. Se o síndico chamou alguém não autorizado, ele próprio será o responsável.
É importante que os condomínios solicitem um estudo de carga a uma empresa especializada, para ser possível avaliar o dimensionamento elétrico do condomínio. Em caso de carga excessiva, o aquecimento dos fios prejudica sua condutibilidade e resistência de isolação, causando também a perda de energia ao longo dos circuitos. “Curto-circuitos podem ser gerados por sobrecargas e cargas ligadas inadequadamente no sistema”, completa.
MANUTENÇÃO PREVENTIVA
A melhor maneira de evitar problemas é procedendo a uma cuidadosa manutenção preventiva. Alguns dos procedimentos necessários são reapertos de terminais e limpeza de contatos. A presença de cupins nas partes de madeira dos centros de medição também é comum. O ideal é fazer a troca dos equipamentos assim que seu prazo de vida útil estiver acabando mesmo antes de quebrarem. Os condomínios, principalmente residenciais, não têm cultura de manutenção. Eles não sabem que custa muito mais caro consertar do que manter.
Muitos condomínios costumam trocar o disjuntor existente por um de maior capacidade, o que eles não sabem é que não resolveram o problema, mas causaram um problema maior ainda. O disjuntor não desarma mais, porém põe em risco toda a fiação.
Essa troca de disjuntor pode até acarretar ao condomínio uma autuação por parte da Eletropaulo, que considera o procedimento um aumento de carga à revelia:
LÂMPADAS
Além da necessidade do aumento de carga, atualmente os condomínios dispõem de equipamentos elétricos mais modernos e que auxiliam na economia de energia. É o caso dos sensores de presença e das lâmpadas fluorescentes compactas. Hoje existe uma preocupação com a economia e com a qualidade da iluminação, que interfere inclusive na decoração de halls, salões e jardins, é recomendado a compra de material elétrico, inclusive lâmpadas, em lojas especializadas, que dão garantia do produto. Outro procedimento de economia é a compra de produtos que auxiliem o condomínio a economizar energia por exemplo: Sensores de presença são muito usados nos halls e nas garagens.
ALGUNS COMPONENTES DO SISTEMA ELETRICO
Quadro de luz: é a peça chave inicial das instalações elétricas. Deve ser metálico ou de material não-combustível, tanto na sua parte interna ou externa. Se o quadro de luz for antigo ou de madeira, por exemplo, é aconselhável trocá-lo o quanto antes.
O quadro de luz não pode ser colocado em áreas "molhadas", como banheiro ou próximo de tanques e pias. Ele também precisa ter livre acesso, não devendo estar escondido no interior de armários. Recomenda-se ainda a distância de lugares onde haja instalações a gás. Uma faísca qualquer pode resultar num desastre fatal.
Os quadros de energia devem ser protegidos por uma barreira que evite o acesso aos barramentos ou fios da instalação elétrica, evitando assim o choque elétrico.
Disjuntores: apesar de haver a permissão de uso de alguns tipos de fusíveis, é recomendável que se use disjuntores como dispositivo de segurança contra sobre-cargas. Ele funciona como um guarda costas da instalação elétrica e desliga toda vez que sua capacidade é ultrapassada. Neste caso, é necessário verificar o problema. Depois de sanado, basta religá-lo, diferente de um fusível, que necessita ser substituído.
Na residência, loja ou escritório, os circuitos são divididos e devem ser protegidos por disjuntores de acordo com a capacidade de cada circuito. Vale lembrar que o disjuntor ou fusível serve para proteger os fios contra sobrecargas, não os equipamentos. Portanto não devemos substituir os disjuntores sem antes avaliar os fios dos circuitos.
Fiação: a escolha da bitola (tamanho) do fio ideal para cada circuito deve levar em conta as cargas associadas a cada circuito. As bitolas mínimas recomendadas são de 1,5mm² para iluminação e 2,5mm² para tomadas de força. Circuitos especiais, como do chuveiro ou da torneira elétrica devem ter a potencia do equipamento como parâmetro para a determinação da bitola do fio.
Atenção com os fios que não ficam embutidos nas paredes. Eles precisam estar sempre com uma segunda capa plástica protetora, além da isolação. É recomendável instalá-los dentro de canaletas aparentes.
No caso dos aparelhos de ar condicionado, a bitola recomendada para o fio é de no mínimo 6 mm² (também para o fio terra). O chuveiro elétrico também requer tratamento especial, tanto na fiação quanto nos disjuntores no quadro de força. É necessário um disjuntor bipolar (ou dois unipolares). Do quadro de força sairão dois fios (bitola 6 mm²), direto para o chuveiro, além do fio terra (também de 6 mm²)
Interruptores e tomadas: a distribuição dos fios até esses pontos requer estudo minucioso das necessidades da casa para evitar que no futuro fiquem sobrecarregados e incentivem o uso de "extensões" e "benjamins". Uma dica é sempre disponibilizar mais tomadas que o mínimo obrigatório.
Não se deve usar tomadas em equipamentos de grande potência, como é o caso de chuveiros e torneiras elétricas. Estes equipamentos devem ser interligados por conectores especiais.
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