O filme de 1927, do austríaco Fritz Lang retrata uma realidade urbana caótica para o ano 2026, com uma cidade estratificada em que se pode reconhecer diferentes níveis sociais, cada um representado por uma determinada arquitetura. Os elementos arquitetônicos utilizados no filme reforçam a ideia do diretor, através de uma linguagem formal que os supre (não substitui) a falta do som para a época.
FICHA TÉCNICA
Título Original: Metropolis
Ano: 1927
Duração: 120 min.
Origem: Alemanha
Diretor: Fritz Lang
Roteiro: Thea von Harbou
Fotografia: Karl Freund e Günther Rittau
Atores: Gustav Fröhlich, Brigitte Helm, Alfred Abel, Rudolf Klein-Rogge, Fritz Rasp, Theodor Loos, Heinrich George.
O CARTAZ
No lançamento de Metropolis, de Fritz Lang (1890-1976), o pintor e designer gráfico alemão Heinz Schulz-Neudamm (1899-1969) criou o que se tornaria um dos mais importantes cartazes de todos os tempos. O pôster, cujo estilo é exemplo da geometrização que marcou o período da Art Déco, traz os prédios iluminados, imponentes, no topo -direcionando o olhar para cima. Na base da ilustração, porém, está a androide de formas orgânicas, sugerindo que a cidade repousa sobre seus ombros. O contraste das linhas reforça o forte tema do filme, uma crítica aos processos de poder, que desprivilegiam as classes trabalhadoras que tornam o progresso possível.
SINOPSE
Metrópolis, ano 2026. Os poderosos ficam na superfície, onde há o Jardim dos Prazeres, destinado aos filhos dos mestres. Os operários, em regime de escravidão, trabalham bem abaixo da superfície, na Cidade dos Trabalhadores. Esta poderosa cidade é governada por Joh Fredersen (Alfred Abel), um insensível capitalista cujo único filho, Freder (Gustav Fröhlich), leva uma vida idílica, desfrutando dos maravilhosos jardins. Mas um dia Freder conhece Maria (Brigitte Helm), a líder espiritual dos operários, que cuida dos filhos dos escravos. Ele conversa com seu pai sobre o contraste social existente, mas recebe como resposta que é assim que as coisas devem ser. Quando Josafá (Theodor Loos) é demitido por Joh, por não ter mostrado plantas que estavam em poder dos operários, Freder pede sua ajuda. Paralelamente Rotwang (Rudolf Klein-Rogge), um inventor louco que está a serviço de Joh, diz ao seu patrão que seu trabalho está concluído, pois criou um robô à imagem do homem. Ele diz que agora não haverá necessidade de trabalhadores humanos, sendo que em breve terá um robô que ninguém conseguirá diferenciar de um ser vivo. Além disto decifra as plantas, que são de antigas catacumbas que ficam na parte mais profunda da cidade. Curioso em saber o que interessa tanto aos operários, Joh e Rotwang decidem espioná-los usando uma passagem secreta. Ao assistir a uma reunião, onde Maria prega aos operários lhes implorando que rejeitem o uso de violência para melhorar o destino e pensar em termos de amor, dizendo ainda que o Salvador algum dia virá na forma de um mediador. Mas mesmo este menor ato de desafio é muito para Joh, que ouviu a fala na companhia de Rotwang. Assim, Joh ordena que o robô tenha a aparência de Maria e diz para Rotwang escondê-la na sua casa, para que o robô se infiltre entre os operários para semear a discórdia entre eles e destruir a confiança que sentem por Maria. Mas Joh não podia imaginar uma coisa: Freder está apaixonado por Maria.
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